quarta-feira, 14 de abril de 2010

Helio Oiticica - O museu é o mundo.

Hélio Oiticica.


As obras de Hélio Oiticica quebram diversos paradigmas sobre o que é a arte ou sobre como fazer a arte, porque foge do tradicional de apenas visualizar um quadro ou escultura de um determinado ângulo, ou seja não se limita só em olhar, já que o espectador pode interagir com as obras de Oiticica utilizando muito mais do que o olhar a obra podendo interagir com a obra de diversas formas como, em uma de suas obras é possível a interação individual sem a participação do adversário que é sentir o cheiro do conteúdo de um saco fechado, por um tubo que também entra no aspecto conceitual por ter que saber a forma de realização ou utilização do objeto, porque observando na exposição muitas pessoas só olham o objeto ao invés de pegar o tubo e cheira-lo para sentir o cheiro do café, por não saber o modo de utilização da obra. O que segue a tese de Gallahue de fatos relacionados com a consciência corporal e as conseqüências de realização de movimento, em uma de suas obra de Oiticica pode-se até interagir com a água mexendo com um recipiente com água. A exposição das obras de Helio Oiticica foge do tradicional para uma forma que até podemos comparar com a teoria do caos, por fugir do método geralmente utilizado em exposições de não poder tocar ou utilizar as obras de arte expostas em museu ou galerias. A desordem é muito utilizada por Oiticica que sempre tenta ampliar os horizontes não deixando a arte ou a capacidade do artista plástico se limitar somente as paredes de um museu, usando o ponto de vista de que o museu é o mundo. Utilizando este ponto de vista Oiticica trás a idéia de que a arte pode ser feita e exposta em qualquer lugar, desde que chame a atenção do espectador ou impressione, como uma lata pegando fogo na rua, como afirma Oiticica. Pegando muitas características da teoria do caos de Einstein (Desordem). Porque não segue a idéia ou método tradicional do espectador ver as obras apenas de um ângulo, permite ao espectador a visualização de suas obras por diversos ângulos e a interagir com as obras tocando e as utilizando.

Em sua exposição Oiticica faz diversas demonstrações lúdicas explicitas e implícitas. Explicitas como a parte de tocar piano em um local dividido por diversas realidades, somente buscando o divertimento e o prazer por estar tocando ou fazendo algo diferente que geralmente não faria. Implícito em deitar diante de uma tela de “cinema” e relaxar, o cinema gera o espaço definido, mas o que torna implícito é que não é tão fácil ver que ali não se relaxa apenas, mas também se reflete por um determinado tempo definido por si próprio e isso gera um tipo de satisfação a quem está ali por vontade própria pelo tempo que desejar realizar está atividade. Liberdade para definir as regras, diversão, prazer, local, tempo, satisfação e vontade própria são elementos utilizados para definir o lúdico como diz Huizinga, Johan.

A atividade lúdica que mais me chamou a atenção foi o pangolé, onde o individuo se vestia com pedaços de pano, plástico, corda de diversas cores, e fazia isto querendo sentir as cores sentindo satisfação e bem estar na realização desta atividade.

A idéia de Oiticica se aproxima do conceito de Paulo Freire, de os espectadores (Alunos) não podem ficar sem interagir e participar com as obras (Aulas), Oiticica propunha aos seus espectadores as suas obras, como um professor tem que propor o conhecimento a seus alunos.

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A exposição de Hélio Oiticica encontrasse no Itaú Cultural de 20 de março a 16 de maio.

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